terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Karameikos - 'A Canção de Halav'

Karameikos é um reino jovem, que se formou em uma terra muito antiga, e está localizado na costa sul do continente de Brun que, por sua vez, fica no planeta Mystara. A região é chamada de Mundo Conhecido.
Os povos de Karameikos conhecem bem a história de sua terra, como relatada em uma antiga poesia intitulada "A canção de Halav", que descreve o antigo povo de traldário. Gerações de bardos e sarcedotes de vilas preservaram esse épico, através da tradição de contar histórias, antes aue os historiadores a passassem para o papel há seis séculos.
Essa canção conta a história dos primeiros anos do povo traldário. Originalmente contada pelos sacerdotes das vilas e bardos errantes, ela pode ser considerada a narrativa oficial daquele povo. Filósofos tharytanos perceberam que a lenda só foi escrita 1400 anos após o acontecimento dos eventos que nela são descritos, e de armas avançadas "enviadas pelos Imortais". Assim, tais filósofos duvidam de sua autenticidade, e são ignorados pelos traladaranos mais tradicionais. A canção original era composta no estilo traladarano, contendo oito linhas em cadência constante, com a quarta e oitava rimando. A seguir, uma tradução livre em thyatiano, da primeira parte da canção:


No início de tudo, os Imortais criaram o mundo a partir de uma turva e caótica massa, e, depois, criaram os animais e o homem, permitindo, por muitos anos, que ele vivesse na ignorância e no contentamento. Em tempos antigos, essa terra era a floresta que servia de lar para os traldários, homens e mulheres favorecidos pelos Imortais, pois a eles era permitido viver entre tanta beleza. Os Imortais deixavam que os traldários vivessem suas vidas de maneira simples e feliz. Pescavam, caçavam e passavam a maior parte do tempo divertindo-se e fazendo oferendas a eles. Mas os Imortais sabiam que a felicidade dos traldários estava por terminar. Das terras onde o sol se pões (a oeste), uma perversa raça de homens-fera preparavam uma invasão contra as terras do leste para conseguir equipamentos de guerra, prisioneiros e terras menos inóspitas para viver. Essa criaturas cruéis também tinham seus próprios guardiões Imortais, como os antigos defensores dos tradálrios. Então, uma batalha entre humanos e homens-fera determinaria o destino das duas raças.
Os Imortais foram à Lavv, uma vila traldária, arregimentar jovens inteligentes que pudessem revelar segredos para serem usados contra os Homens-fera. Eles visitaram Halav Cabelos Vermelhos, - homem que fazia facas de preda -, e ensinaram-lhe a forjar armas e armaduras de bronze, bem como manusear espadas e elaborar estratégias de guerra. Foram até Petra, a oleira, e ensinaram-lhe a arte dos arcos, a fabricação de remédios, o uso de roda de olaria, do tear e como tecer o linho. Também encontraram Zirchev, um caçador, e o instruíram a domar, montar, lutar no lombo de um cavalo, treinar cães para a proteção, andar silenciosamente como um gato, nadar tanto quanto um peixe e enxergar como um falcão.
Halav, Petra e Zirchev contaram ao seu povo sobre planos dos homens-fera. O rei de Lavv riu e tentou livrar-se dos três. Halav, usando a espada de bronze que lhe foi presenteada pelos imortais, matou o rei e assumiu a coroa. Nos anos que se passaram, o Rei Halav, a Rainha Petra e o caçador Zirchev ensinaram seus segredos ao povo de Lavv e conquistaram todas as vilas em territórios traldário. Vilas transformaram-se em poderosas cidades e Halav ficou conhecido por sua justiça e sabedoria. Eventualmente, os homens-fera atacavam, vindo do oeste. Os traldários, em suas exuberantes armaduras de bronze, enfrentavam os invasores. A irresistível força dos homens-fera foi de encontro à imbatível muralha dos traldários foi de encontro à imbatível muralha dos traldários e a guerra continuou, como se não tivesse fim. Ambos os lados perderam muitos guerreiros; cada traldário matava dúzias de homens-fera antes de ser morto.
Por fim, o Rei Halav conseguiu encontrar o rei dos homens-fera, sozinho no topo de um morro. A criatura tinha o dobro do tamanho de um humano, com a cabeça de lobo e o corpo todo peludo: um combate realmente desigual. O rei dos monstros usou um grande machado para enfrentar a espada de Halav. A última batalha entre um humano e um homem-fera durou do nascer ao pôr-do-sol. Os dois reis ficaram tão cansados que mal conseguiram manusear suas armas, mas cada um estava convencido de sua invencibilidade e de que o outro cairia.
Ambos provaram estar certos: o Rei Halav e o rei dos homens-fera morreram um pela arma do outro – os exércitos entreolharam-se -, os homens-fera estavam temerosos e os traldários decididos a levantar suas armas para impedir que os inimigos avançassem. Os homens-fera fugiram daquelas terras e a Rainha Petra e Zirchev trouxeram o corpo de Halav de volta para Lavv, onde a tristeza reinou. Porém, durante o ritual de cremação do corpo de Halav, os Imortais visitaram o lugar e levaram o espírito de Halav, Petra e Zirchev com eles.